Conhecendo os lutadores
Entra no ringue a Intel que veste azul e ergue os braços pedindo o apoio
da plateia. Criada em 1968, começou sua grande história com a fabricação de
circuitos integrados. Depois de muitos anos e a chegada dos computadores domésticos,
a empresa teve a chance de investir nos processadores. A partir da década de 90
todos conheceram o Pentium, nome que fez a fabricante deslanchar e ganhar
fortunas de dinheiro.
Atualmente a série “Pentium” não ocupa mais o posto de processadores
topo de linha, sendo que as CPUs Core i7 (i5 e i3 também) são o que a Intel
oferece de melhor. Além de modelos para desktop a Intel também produz CPUs para
notebooks e ocupa o atual posto de “maior fabricante de processadores”.
Obviamente a empresa conta com o apoio de fãs e de um grande número de
montadoras que sabem da influência da marca no mercado.
A AMD veste verde e entra em grande estilo, subindo em cima das cordas e
levando a plateia à loucura. Fundada em 1969, a companhia veio investindo em
circuitos lógicos de forma igual à sua concorrente. O concorrente do Pentium
era o K5, que foi inserido no mercado três anos depois do grande pioneiro da
Intel. Apesar de pouca fama inicial, a AMD ganhou o público com o AMD Athlon,
que ainda continua sendo fabricado e ainda é muito popular.
As CPUs da AMD agora possuem diversas ramificações, sendo que abrangem o
mesmo mercado que a concorrente. O processador topo de linha da AMD é o Phenom
II X6 (da mesma família do Phenom II X4, X3 e X2). Assim como a concorrente, a
Advanced Micro Devices abraçou o mercado de notebooks faz um bom tempo, contudo
a empresa permanece em segundo lugar nas vendas.
Round 1: desempenho
O fator desempenho é sempre um aspecto que depende de uma série de
configurações internas e das tecnologias empregadas em cada processador. Uma
enormidade de portais sempre realiza testes com as CPUs mais recentes das duas
fabricantes. Os resultados sempre variam muito, sendo que existem atividades
nas quais os processadores Intel são mais rápidos e outras em que os chips da
AMD alcançam um desempenho maior.
A Intel lançou o Core i7 980-X recentemente, o qual possui seis núcleos.
Contudo, a fabricante não apenas investiu em qualidade tecnológica, mas
exagerou ao máximo para obter o prêmio de melhor processador de seis núcleos. A
grande maioria dos sites que testou a CPU notou a superioridade da Intel, sendo
que em poucos testes ele perde para o concorrente direto.
A AMD demorou um pouco mais que a Intel, porém lançou um processador
surpreendente. O Phenom II X6 tem especificações mais modestas que o
concorrente, mas ainda sim consegue ótimo desempenho em diversas aplicações.
Aliás, a CPU da AMD tem capacidade até para ultrapassar o Core i7 980-X em
alguns testes
Round 2: relação custo-benefício
Quando falamos em processadores de alto desempenho, não temos como
deixar de pensar no aspecto financeiro. Os desktops e notebooks atuais
(considerando configurações de alto desempenho) estão cada vez mais caros, pois
além de o preço da CPU ser consideravelmente alto, os demais componentes devem
acompanhar a tecnologia do processador — fator que aumenta o valor total do
produto.
Todos os sites comprovam e admitem que a AMD realmente fez uma ótima
jogada lançando um processador de seis núcleos mais fraco e mais barato. Há
algumas fabricantes que inclusive vêm reclamando da falta de CPUs Phenom II X6,
os quais estão sendo tão requisitados que os estoques estão acabando muito
rápido. Para se ter uma ideia, o Phenom II X6 custa menos de um terço do
concorrente (apenas 300 dólares).
Enquanto a AMD oferece processadores baratos, a Intel prefere continuar
com o posto de “CPU mais veloz do mundo”. Os testes realmente vêm comprovando
isso e a frequência padrão do processador Core i7 980-X não deixa dúvidas de
que a velocidade é superior. É bom lembrar que a Intel possui outras opções de
processadores mais baratos.
Round 3: tecnologias
Desde o princípio da batalha nos anos 90, tanto a AMD quanto a Intel vêm
introduzindo novas tecnologias no mercado. Ambas utilizam técnicas funcionais
para o processamento de dados, contudo as arquiteturas internas são
completamente diferentes. Tais fatores fazem com que em alguns casos a AMD
consiga um desempenho considerável, enquanto em outros a Intel obtém
superioridade.
A Intel inseriu a série Core i7 no mercado para provar que suas CPUs são
melhores ao trabalhar com jogos. Com uma diversidade de modificações internas,
a fabricante consegue resultados superiores e garante aos gamers a jogatina dos
sonhos. A grande maioria dos sites comprova que os processadores Intel são um
pouco melhores em jogos.
A AMD por outro lado não fica pra trás e também procura investir em
tecnologias. Algumas das tecnologias da AMD inclusive agora são utilizadas nos
processadores Intel, tamanha é a capacidade em desenvolvimento da fabricante.
Os gamers também não perdem nada ao utilizar CPUs da AMD, pois em muitos casos
a AMD ainda compete de igual e até chega a superar a Intel.
Round 4: chipsets
Na corrida para abocanhar outro mercado, as duas fabricantes decidiram
investir pesado em chipsets. Antigamente as placas-mãe utilizavam chipsets de
marcas diferentes (como a NVIDIA e a VIA), contudo com a inserção da Intel e da
AMD no pedaço, ficou raro encontrar montadoras de placas-mãe que optem por
chipsets que não sejam das fabricantes de processadores.
A AMD já está há algum tempo no mercado dos chipsets e mostra que seus
produtos são perfeitos para obter um desempenho superior. Com placas de vídeos
AMD ATI Radeon integradas, a fabricante consegue um desempenho absurdamente
melhor em jogos e atividades multimídia.
A Intel mudou muito sua visão e agora vem trazendo novos chipsets que
permitem um trabalho exemplar com as novas CPUs da linha Core i7. Apesar de a
placa onboard não ser tão boa, a Intel fornece gráficos razoáveis para quem
precisa usar o PC diariamente.
Round 5: notebooks
Como já citado, ambas as marcas possuem processadores dedicados para
notebooks. Com velocidades excelentes, temperaturas baixas e desempenhos
fantásticos, as CPUs para computadores móveis mostram que são aptas para
quaisquer tipos de tarefa. Neste quesito as duas fabricantes capricham muito,
pois procuram sempre alcançar um novo grupo de usuários.
A verdade é que a maior parte dos notebooks traz um processador Intel.
Tal aspecto é decorrente da grande campanha de marketing que a Intel faz todos
os anos. Boa parte dos fabricantes prefere usar Intel, porque os usuários
solicitam esses processadores.
Apesar de a Intel dominar a área dos portáteis, a AMD não fica parada e
também vem realizando parcerias com grandes montadoras. A HP é um ótimo exemplo
de marca que confia nos processadores AMD e fornece aos usuários opções de
preço aceitável com desempenho acima do esperado.
Round 6: chips gráficos
As duas gigantes dos processadores focam seus esforços nas CPUs, porém
ambas possuem áreas dedicadas ao desenvolvimento de chips gráficos. Como já
citado, tanto AMD quanto Intel possui placas do tipo onboard, mas isso não
significa que as empresas limitem seus esforços apenas ao setor de placas de
baixo desempenho.
Bom, pelo menos não é o caso da AMD. A fabricante comprou a ATI há algum
tempo e agora fabrica chips gráficos tão rápidos quanto os da NVIDIA. Aliás,
segundo as últimas notícias, no mês de julho de 2010 a ASUS lançou a placa de
vídeo mais poderosa do mundo, a qual conta com dois chips gráficos Radeon
HD5870 (confira o artigo clicando aqui). Tudo isso mostra a superioridade da
AMD em gráficos.
Que a AMD fabrica chips gráficos para placas offboard todo mundo já
sabe, porém a Intel não tem planos para investir no mercado no momento. Os
esforços da fabricante são voltados ao mercado de placas integradas, as quais
vêm oferecendo soluções aceitáveis pela maior parte dos consumidores que buscam
computadores para utilizar no cotidiano.
Round 7: desktops
O mundo utiliza computadores do tipo desktop, pois são o que há de mais
barato e eficiente no momento. O número de montadoras aumentou
significativamente e cada vez mais consumidores decidem comprar um PC. Tudo
isso fez a venda de processadores subir significativamente, fator que gerou
ótimos lucros para a AMD e a Intel.
A verdade é uma só: a maioria dos desktops traz um processador Intel,
pois são os que oferecem melhor desempenho. As montadoras sempre optam por CPUs
da Intel pelo fato da confiabilidade e pela demanda de usuários que busca um
processador da marca.
Novamente a fama da Intel faz com que as fabricantes acabem optando pela
marca, contudo existe uma boa parcela de computadores que já utiliza CPUs da
AMD. E apesar de muitos comentarem sobre o melhor desempenho pertencer à Intel,
não há como usar este argumento para todos os processadores das duas marcas. Em
muitos casos a AMD oferece sim o melhor desempenho e sempre oferece a melhor
relação custo-benefício.
Round 8: processadores em outros dispositivos
A briga que antes era restrita ao mercado de processadores agora é ampla
e abrange diversos eletrônicos. As duas fabricantes possuem opções de produtos
que atendem outros mercados que não o dos desktops e notebooks, contudo elas
optaram por tecnologias bem diferentes.
Se a Intel lucra muito com os computadores, a AMD consegue fama e
receita com o mercado dos video games. Fabricando ótimos processadores gráficos
(GPUs) para o Xbox 360 e para o Wii, a AMD se consagra e lucra até mais do que
a NVIDIA no ramo. Além disso, a fabricante possui outros processadores ideais
para netbooks de baixo desempenho (os pouco conhecidos AMD Geode).
A Intel não migrou para o ramo dos consoles porque concentra seus
esforços nos netbooks. Atualmente a fabricante domina o mercado com o
processador Intel Atom, que oferece baixas temperaturas e velocidades perfeitas
para o uso em PCs ultraportáteis. Além disso, o site oficial da empresa relata o
desenvolvimento de processadores para smartphones e outros dispositivos.
Round final: você decide
Estes são apenas alguns dos pontos positivos e negativos de cada
fabricante, mas a briga não acaba aqui. Você deve dar sua opinião e mostrar
quem é o verdadeiro campeão neste duelo de titãs.


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